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3 | ANÁLISE DE RESULTADOS

Apresentaremos abaixo os resultados deste estudo, organizados a partir das categorias de análise começando por:

a. Contextos onde foram utilizadas mesas educacionais interativas

A maior parte da literatura encontrada cita o uso da ferramenta no contexto escolar na educação infantil e nas séries iniciais do ensino fundamental I, sendo 16 de um conjunto de 20 trabalhos encontrados. Percebemos também ocorrências do uso para a aprendizagem de alunos especiais e um trabalho da ação pedagógica com as mesas educacionais no hospital.

Magalhães et al. (2016) abordou o uso da Mesa Mundo das Descobertas-MDD no município de Recife-PE, utilizada nas relações de aprendizagem na Educação Infantil apontando as atividades que contemplam eixos abordados pelo Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil-RECINEI.

Em Soares e Amorim (2016) é relatado um projeto com mesas da Playtable implantadas em unidades educacionais da educação infantil e séries iniciais de Mossoró-RN.

Na Educação Especial alunos com dificuldades motoras, físicas, cognitivas, surdos, cegos desenvolvem mais possibilidades de interação com o uso de recursos tecnológicos. Os estudos de Lopes e Cruz (2010) relatam uma vivência com uma criança portadora da Trissomia 21, apresentando várias limitações dentre elas limitações motoras e físicas. E o uso da mesa educacional interativa, possibilitou a comunicação nas atividades do software com a manipulação de blocos no hardware.

O espaço hospitalar foi citado por Canalli (2011) que aborda a ação do pedagogo com crianças enfermas que saem das suas cidades, ficam internas e perdem contato com a escola. Foram realizadas entrevistas e observações acompanhando a formação e a ação docente, com o uso de mesas educacionais interativas em ambiente hospitalar.

Além da compreensão desses contextos em escolas que oferecem os níveis da educação: infantil e fundamental I. Percebemos as mesas interativas na modalidade da educação especial e o apontamento de atividade educativa em ambiente não escolar sendo em um hospital. Esses cenários onde acontecem essas práticas estão imersas de estratégias usadas em propostas de letramento que serão apontadas a seguir.

b. Estratégias desenvolvidas com as ferramentas

As ações desenvolvidas com as mesas interativas nos espaços educativos são apontadas com o uso de estratégias como: na utilização de parte ou de toda turma nas atividades com a ferramenta. Além da inclusão de relação lúdica em sequência didática com personagem do software. Assim, serão expostos alguns recortes para explanar a temática.

Santos, K. et al. (2016), aborda a dinâmica de uma sequência didática que utilizou toda a turma no momento de desenvolver atividades com as mesas e foi dada a continuidade na criação de relações conceituais e práticas na produção textual em sala de aula. Com a contextualização lúdica utilizando um personagem que aparece no software da mesa alfabeto “O Patrulheiro das Galáxias-PG” em uma turma de crianças do 2º ano com alunos de idades entre 6 a 8 anos. Algo que chama a atenção nesse trabalho é um relato da tia de uma aluna que indicou nos momentos fora da sala de aula, a aluna desenvolve uma vontade de produzir cartas para o personagem do software.

O estudo de Nascimento (2015) abordou a utilização das mesas com grupos alternados de alunos na educação infantil, constatando que as crianças que usaram a ferramenta obtiveram ganho significativo nas relações de alfabetização e letramento.

Refletir sobre as estratégias de aprendizagem utilizadas pelos docentes como recurso tecnológico possibilita desenvolver elementos para a compreensão didática das possibilidades com a utilização das mesas interativas em espaços educativos. Em cada cenário encontrado são percebidas formas diferentes de inserção das mesas, criando desafios a serem superados com essas ferramentas que irão ser detalhados mais adiante.

c. Desafios citados nas trajetórias de utilização dos artefatos digitais

A formação docente foi apontada como um desafio em alguns estudos com as mesas educacionais interativas. As abordagens apontam: o estilo de formação, motivação, o tempo e participação dos docentes nesses momentos.

Em Rosa (2011) que fala nos resultados de análise que no universo de 10 docentes, apenas 6 participaram do curso de capacitação para usar as mesas, com carga horária de 20hs. Diante disso, podemos pressupor que o estilo das formações proporcionadas não chamou atenção dos docentes, que não exibiram motivação para frequentar o momento de aprendizagem.

Lacerda (2017) questiona o estilo da formação de docentes para o uso das Mesas Educacionais Interativas caracterizando uma perspectiva de “treinamento” (o uso da máquina). Essa orientação desenvolvida sem a criação de estratégias nas relações contextuais que incluam (espaço da sala, quantidade alunos, número de máquinas, conteúdo abordado, sugestões de sequências didáticas especificas para o perfil da turma de cada professor) são questões frágeis apontada nas orientações dadas ao professor nos momentos de formação tecnológica.

Eliane Oliveira (2015) e Santos K. et al.(2016) relatam municípios que receberam a orientação pedagógica e o acompanhamento de um monitor pedagógico. Indicando proposta de ação para formação continuada agindo em parceria com o professor na escola.

Porém, observamos que os formatos relatados para a formação docente nestes estudos precisam ainda desenvolver ações que tragam alternativas de planos de aulas para contextos diferenciados, como também desenvolver a motivação do professor para dialogar com as propostas de formação ainda são questões a serem exploradas que podem auxiliar na construção do pensar docente com o uso de ferramentas tecnológicas no caso apontado pelos estudos o uso das mesas educacionais interativas.