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2 | REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Nesta seção é contextualizado a aprendizagem colaborativa, assim como, o uso do Google Drive.

2.1 Aprendizagem Colaborativa

A aprendizagem colaborativa vai ao encontro da teoria sociocultural defendida por Vygotsky (1998), em que o homem é um ser social que por meio da interação aprende com as outras pessoas, e que a interação social é essencial para o desenvolvimento cognitivo dos indivíduos, por ser mediadora desse processo.

Os alunos são beneficiados no projeto de construção colaborativa, sendo que os mais tímidos têm maior chance de se posicionarem em relação ao que está sendo construído, assim como, os alunos com melhor domínio podem dividir seus conhecimentos, possibilitando que professor e alunos tenham tempo para pensar e refletir sobre as ideias coletivamente (BITTENCOURT et. al., 2004).

Segundo Torres (2004, p. 50), a aprendizagem colaborativa caracteriza-se pela participação ativa do aluno no processo de aprendizagem; mediação da aprendizagem feita por professores; construção coletiva do conhecimento, que emerge da troca entre pares, das atividades práticas dos alunos, de suas reflexões, de seus debates e questionamentos; interatividade entre os diversos atores que atuam no processo; estimulação dos processos de expressão e comunicação; flexibilização dos papéis no processo das comunicações e das relações a fim de permitir a construção coletiva do saber; sistematização do planejamento, do desenvolvimento e da avaliação das atividades; aceitação das diversidades e diferenças entre alunos; desenvolvimento da autonomia do aluno no processo ensino-aprendizagem; valorização da liberdade com responsabilidade; comprometimento com a autoria; valorização do processo e não do produto.

Segundo (Scheller et. al., 2014, p. 9),

O foco da aprendizagem estaria na rede de conexões permanentes, proporcionadas pela utilização das tecnologias, ancoradas no conhecimento prévio e nas relações já estabelecidas. Aprender na era digital pressupõe um sujeito autônomo, conectivo, criativo, crítico, interativo e reflexivo perante as decisões que necessita tomar ao navegar pela rede. Quanto ao papel do sujeito aprendente, seria um nó na rede, que aprende continuamente ao interagir e estabelecer conexões para compreender o mundo e resolver problemas, ancoradas nos conceitos prévios que constantemente seriam ampliados e atualizados. Ele seria capaz de atuar na sociedade de forma autônoma, derivada da capacidade reflexiva proporcionada pelos ambientes colaborativos.

Para Laister & Kober (2005), os motivos para a aprendizagem colaborativa são: 1. Eficaz na aprendizagem a curto e longo prazo; 2. Eficaz no desenvolvimento das habilidades cognitivas e autoestima; 3. Promove maior nível de desempenho dos alunos, aumenta a habilidade na resolução de problemas e auxilia no desenvolvimento da personalidade; e 4. Aumento da autonomia e colaboração.

2.2 Google Drive

Conforme Chinellato e Zampieri (2013), o Google Drive é uma a ferramenta de escrita colaborativa e gerenciadora de arquivos, permitindo arquivos do tipo: Documentos, semelhante ao Microsoft Word; Planilha, semelhante ao Microsoft Excel e; Apresentação semelhante ao Microsoft Power Point. Estes arquivos ficam em segurança, pois estão protegidos por criptografia Secure Sockets Layer (SSL). Ainda tem outros recursos como o Formulários Google, que é um formulário on-line, para realizar pesquisas e apresentar os resultados organizados em forma de planilhas. Pode-se criar diagramas e fluxogramas, e adiciona-los facilmente a outros documentos ou incorpora-los a um website com o Desenhos Google. Editar foto do perfil, melhorar o visual de paisagens, crie um mapa mental e muito mais. O Drive possui mais de cem aplicativos para ajudar a produzir conteúdo (GOOGLE, 2018).

O Google Drive é um serviço de armazenamento e sincronização de arquivos, disponibilizando aos usuários espaço de armazenamento de 15 GB, sendo possível guardar imagens, documentos, desenhos, gravações, vídeos, entre outros. Possibilitando o acesso aos arquivos por smartphones, tablets ou computadores. Este permite além do armazenamento de arquivos, a criação de pastas e documentos do Google, que podem ser compartilhados e assim acessados e editados em conjunto, a partir de qualquer dispositivo (SANTOS; COELHO & SANTOS, 2014).

Assim, o Google Drive é uma ferramenta de escrita colaborativa gratuita oferecida pela empresa Google, que funciona totalmente on-line, simplesmente no navegador, possuindo editor de textos, editor de planilhas eletrônicas, editor de apresentação de slides e ferramenta para criação de formulários, todos com os recursos de edição colaborativa, sem a necessidade de instalação de nenhum software (CARDOSO, 2010).

Todos os documentos criados no Google Drive são compatíveis com as suítes de aplicativos para escritório Microsoft Office e o Open Office e podem ser facilmente publicados na Web, por meio de um código HTML que pode ser copiado e compartilhado. Nesta ferramenta podemos fazer upload de arquivos preexistentes que podem, posteriormente, serem reeditados, e permite também fazer o download dos arquivos em formatos (PDF, RTF, HTML, ZIP, DOC, XLS) suportados pelos aplicativos Microsoft Office e Open Office (COSTA, 2012, p.8).

Conforme afirma Costa (2012, p.11), o Google Drive é capaz de produzir resultados surpreendentes na aprendizagem dos alunos, por meio da construção coletiva, que refina a estrutura cognitiva, eleva a autoestima e estimula novas produções. As interações e comunicações permitem construir e reconstruir os saberes, ressignificar as informações e produzir conhecimentos de forma autônoma, responsável e colaborativa. O Google Docs promove a integração dos usuários, a socialização de informações e a partilha do conhecimento produzido de forma coletiva. Para Figueredo & Fagundes (2016), esta ferramenta pode ser utilizada pelo professor para ampliar a capacidade dos alunos em elaborar textos, pesquisar, emitir opiniões e debater um determinado assunto com os demais alunos por meio digital.

Para Chinellato e Zampieri (2013), um recurso importante do Google Drive é que o proprietário do documento (a pessoa quem o criou) pode visualizar os registros de todas as alterações, assim como quem as realizou. Bastando clicar sobre a opção arquivo e escolher o item “ver histórico de revisões”.