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3 | EMBASAMENTO TEÓRICO

O conhecimento oferecido à sociedade contemporânea é considerado como um bem comum, algo a que todos podem e devem ter acesso a fim de que cada indivíduo possa atingir seu pleno desenvolvimento pessoal e humano, como um todo, padrões igualitários de convivência e solidariedade, fortalecendo o respeito pelos direitos humanos e pelas liberdades subjetivas fundamentais. Guareschi (2005) assegura que não há possibilidade para que uma sociedade sobreviva e se reproduzem, material e socialmente, sem a existência de instituições, processos, práticas ou mecanismos que estejam ligados, direta e indiretamente à educação.

Uma formação condizente implica ao docente, [em sua própria prática pedagógica], a criticidade em relação aos conteúdos disponibilizados. É um processo que demanda tempo, dedicação e principalmente envolvimento do professor nas discussões, para que o uso dos recursos tecnológicos seja agregado à prática pedagógica na educação escolar. Complementando, Morin (2002), argumenta sobra a necessidade de que a educação esteja centrada na condição de sujeito humano, isto é, deve-se reconhecer em sua humanidade comum e ao mesmo tempo reconhecer a diversidade cultural inerente a tudo que é humano.

A pedagogia para o uso das tecnologias caracteriza-se por uma prática pedagógica reflexiva e transformadora (FREIRE e GUIMARÃES, 2011). Educação, neste sentido, complementa os conhecimentos oriundos das ciências e das tecnologias, neste caso “uma das vocações essenciais da educação do futuro será o exame e o estudo da complexidade humana” (MORIN, 2002, p. 61). Ficando assim evidente o significado da reflexão sobre a relação humana com as tecnologias.

O conhecimento é a base da inovação e todas as informações adquiridas com o estudo, são experiências que começam a desenvolver a possível realização dos sonhos (projetos de vida), podendo, esses, ter papel decisivo na edificação de um país diferente, em que sua população tenha condições de exercer a cidadania por meio da consciência crítica. Dessa forma, são trabalhadas as condições necessárias para formar um cidadão, crítico e consciente, para que cada um de seus atos repercuta no ambiente em que vive, seja ele, natural ou social, tendo como objetivo o bem comum de todos. Na verdade, a compreensão do currículo abarca a vida mesma da Escola, o que nela se faz ou que não se faz as relações entre todos e todas as que fazem a Escola (FREIRE, 2011).

Segundo Leite et al (2011), entende-se que a didática com relação as tecnologias educacionais podem ser agrupadas em dois segmentos esclarecidos na sequência. Sendo assim, os aspectos em discussão estão caracterizados da seguinte forma: as tecnologias são de uma forma geral o encontro entre ciência e engenharia. Corriqueiramente é usada para fazer referências aos equipamentos e ferramentas, desde as mais simples até as mais complexas, para solucionar problemas e desenvolver ações.

Para Tarouco (2004) as novas tecnologias na educação e da informação devemse, hoje não somente ao impacto desta ferramenta na nossa sociedade e às novas exigências sociais e culturais que se impõe, mas também ao surgimento da “Tecnologia Educativa”. E em segundo lugar, as mídias têm significado de meio. Nesse sentido, o termo é usado para designar os meios de comunicação utilizados para a difusão e compartilhamento das informações e ideias, ou seja, uma ferramenta de apresentação e divulgação de um assunto podendo caracterizado como imagens, textos, sons, vídeos e animações.

As competências para utilizar as novas tecnologias como ferramentas pedagógicas pressupõem novas possibilidades de relacionar o conhecimento, com os outros e com o mundo, nesta perspectiva tecnológica, busca auxiliar no processo de transformação social. Ser professor, no entendimento de Freire (2011), implica em um compromisso constante com as práticas sociais e nelas envolvidas as tecnologias educacionais.

Moran (1997) apresenta como positivo o ato de ensinar usando as tecnologias, visto que, as mesmas requerem atitude diferenciada, o professor descentraliza a atenção volta para si, como detentor do saber, e passa a coordenar a integração do processo, objetivando a mobilização e acessibilidade, motivando os alunos sobre a importância do conhecimento e por consequência promovendo uma inter-relação entre os conceitos estudados e a realidade social dos alunos. Não reduzindo a compreensão de currículo explícito a uma pura relação de conteúdos programáticos.

Marcuschi afirma que “a internet é uma revolução da linguagem, mais do que uma revolução tecnológica. A comunicação mediada por computador abrange todos os formatos de comunicação e os respectivos gêneros” (2009, p. 199). De acordo com o mesmo autor, a internet é a rede que mais oferece oportunidades e possibilidades; é uma diversidade atrelada às novas tecnologias inseridas no ambiente escolar no qual o aluno passa a buscar o significado da sua aprendizagem.

Acredita-se ser a educação o fator principal para que haja a transformação e as mudanças culturais aconteçam. Sobre isso, Freire (2002, p. 95-96), observa que “é bem verdade que as mudanças infraestruturas alteram às vezes rapidamente formas de ser e de pensar [...]. O nosso reconhecimento delas e o nosso respeito por elas são condições fundamentais para o esforço de mudança”.

O desenvolvimento histórico, aqui apresentado, sobre o conceito de novas tecnologias traz uma forte tendência à mudança no espaço escolar. No decorrer do tempo percebe-se que a escola está estagnada ao tempo. Dentro deste espaço, a busca pela nova forma de se fazer leitura e pesquisa pode ser uma forte ferramenta, construtiva, no processo de ensino e aprendizagem, por meio de novas tecnologias que servem de ferramentas para expandir as atividades. Contradita Souza e Souza (2010, p. 129) “que mudar esse quadro não é tarefa fácil, para isso é necessário que a sociedade esteja empenhada em lutar sempre por melhores condições de ensino que estreite a fixação da aprendizagem”.

Levando em consideração que as novas tecnologias, atualmente, fazem parte do cotidiano do aluno, as mesmas a trazem como motivação a estar inserido no processo desenvolvimento do conhecimento. No entanto, alunos e professores estão em pleno desafio a aprender que as novas tecnologias no processo de ensino e aprendizagem precisam de novas metodologias, para desenvolvê-lo das habilidades e competências, dentro do contexto escolar. Uma vez que elas oferecem uma diversidade de estratégias e recursos a serem utilizadas com os alunos facilitando e estimulando para obterem maiores conhecimentos. Alunos e professores são movidos pelo desafio, pelo desejo de aprender a conhecer (DELORS, 1999).

Partindo-se do pressuposto de que a aprendizagem é o somatório de conhecimentos e habilidades, podemos refletir sobre o papel do professor nessa construção de saberes. Qual é a melhor prática pedagógica a ser utilizada em sala de aula? Behar (2013, p. 24) afirma que “a prática pedagógica deve levar em conta atividades que permitam ao aluno aprender perguntando, pesquisando, trabalhando coletivamente, planejando e organizando”. A partir da ideia da autora, entende-se que o formato de educação instrucional, onde somente um sujeito detém o conhecimento e a comunicação é única não combina mais com um aluno letrado digitalmente e que possui a facilidade de buscar conhecimento alternativo.

Muito se discute atualmente sobre a atuação docente, que professores devem interpretar junto ao meio social. O professor deve continuar mantendo a figura ativa de mediador, incentivando o aluno a colaborar com a interação do conhecimento. Lima (2009) afirma que o conceito de saber escolar a necessita de pesquisas sobre a prática docente na escola consideraram as subjetividades dos professores no contexto cultural escolar.

Independente da figura que o professor venha a representar, o que não se discute mais é a necessidade de promover uma profunda reforma na concepção de ensino e aprendizagem. Entre elas a concepção de aprendizagem pelo erro que pode ser superada através dos jogos educacionais, sendo que os mesmos estimulam os alunos, na tentativa de superar e a querer fazer melhor (MATTAR, 2014).