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2 | A RELEVÂNCIA DA FORMAÇÃO PROFISSIONAL NA ATUALIDADE

O avanço constante de novas tecnologias é um dos fatores para que o contingente de pessoas no mercado de trabalho se torna cada vez mais escasso, surgindo assim, uma exigência maior e necessária de profissionais qualificados para ocupar determinadas funções específicas. Com isto, o interesse da população em se qualificar profissionalmente é cada vez maior, visto o número emergente de matriculados na educação profissional.

De acordo com o Censo Escolar 2017, o Brasil conta com 1,8 milhão de estudantes regulamente matriculados na educação profissional, sendo que mais da metade desses alunos (58,8%) frequenta a escola pública. Nesta pesquisa estão incluídos: o curso técnico concomitante e subsequente, o integrado ao ensino médio regular, normal/ magistério, o integrado à EJA de níveis fundamental e médio, Projovem Urbano e FIC fundamental, médio e concomitante.

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Gráfico 1 - Número de matrículas na educação profissional por rede de ensino - Brasil 2013-2017.
Fonte: INEP: Censo Escolar 2017.

A educação profissional é apresentada como uma oportunidade para os estudantes devido às exigências que o mercado oferece e necessita para o fortalecimento econômico. Tendo em vista uma lacuna ainda a ser preenchida, a carência de uma mão de obra qualificada, faz com que as expectativas de muitos estudantes elevem-se cada vez mais.

Um estudo feito em 2016, pelo SENAI, com 2.002 (dois mil e dois) jovens entre 13 e 18 anos, mais de 70% dos entrevistados, tem a educação profissional como um processo de extrema relevância para o ingresso inicial no mercado de trabalho. Ainda de acordo com esta pesquisa, os entrevistados avaliam 7,6% como ótimo; 42,3% bom; 29,1% regular; 2,9% ruim e somente 1,1% consideram como péssimo. A investigação mostra que a maioria destes estudantes tem uma perspectiva positiva em relação às oportunidades de empregos formais. De acordo com o SENAI, a margem de erro desta pesquisa é de 2 pontos percentuais, para mais ou para menos, e seu intervalo de confiança é de 95%.

image-1632155246298.pngGráfico 2 – Grau de importância de um curso técnico tem para conseguir seu primeiro emprego no Brasil. Entrevista realizada (jovens de 13 a 18 anos) em todas as regiões do país entre 8 e 18 de outubro de 2016.
Fonte: Dados do SENAI 2016

Em contrapartida, os índices de empregabilidade no Brasil nos últimos anos apresenta um quadro não favorável ao mercado de trabalho. Pois, de acordo com a OCDE, a taxa de desemprego em 2016 (11,3%) foi maior em relação ao ano anterior (8,5%). Além disso, o Brasil ainda teve neste mesmo ano, um saldo negativo 1,6% relacionados aos postos de trabalho, acompanhado de países, os quais tiveram resultados menos significativos como: Costa Rica (-0,9%), Finlândia (-0,1%), Japão (-0,2%) e Portugal (-0,3%).

Conforme a PNADC 2018, entre os anos de 2016 e 2017 houve um aumento no desemprego entre os jovens brasileiros com 15 a 29 anos, no entanto, o número de estudantes nessa mesma faixa etária permanece praticamente imutável, tendo em vista que, das unidades federativas do Brasil, o Estado de Alagoas lidera a lista de desempenho negativo com um aumento de 4,5% o qual, esse público específico, não estuda e nem trabalha.

De acordo com os dados apresentados a empregabilidade se torna cada vez mais escassa, em alguns casos, devido ao fato do preenchimento de pessoas qualificadas no mercado de trabalho. Segundo Frigotto (2008), atualmente o mercado profissional não disponibiliza um espaço ocupacional a todos, mas somente aqueles que estejam adaptados às aptidões técnico-científicas, culturais e eficazes, ou seja, as qualificações desejáveis que o “novo” cidadão produtivo precisa ter.

As escolas públicas administradas pelas unidades federativas brasileiras, as quais ofertam cursos técnicos profissionais de nível médio, surgem como “solucionadoras” do processo econômico e desenvolvimento do país, pois é através delas que são ofertadas uma maior quantidade de estudantes matriculados (37,9%) de acordo com o censo escolar de 2017, realizado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP).