Ir para o conteúdo principal

1 | INTRODUÇÃO

Se em tempos remotos, a Educação a Distância (EaD) era concebida como uma modalidade de ensino sem prestígio, e, comumente encarada com desconfiança, nos dias atuais, consolida-se como um campo em franco crescimento no Brasil e no mundo digital e globalizado. Além disso, expressa, uma significativa importância na construção dos saberes; nas interrelações elaboradas em espaços virtuais mediadas pelas Tecnologias Digitais de Informações e Comunicações (TDIC’s); no aprendizado interativo, colaborativo e democrático que deixa em aberto a consolidação de uma educação formativa emancipatória.

Entretanto, e apesar dessas características, pode-se afirmar que a EaD ainda é cercada de preconceitos, polêmicas, questionamentos e desafios. Uma questão que se coloca refere-se aos critérios que definem a qualidade de um projeto de educação virtual. Nesse sentido, se faz necessário refletir se somente a introdução de sofisticadas TDIC’s, no contexto do aprendizado eletrônico, garante a constituição de uma inovação pedagógica ou se ainda se faz necessário prezar pela qualidade de uma concepção didático-pedagógica.

Essa assertiva ganha maior sentido na medida em que se admite que falar de EaD, é, antes de tudo, falar de educação. Assim, as estratégias, objetivos e recursos metodológicos, utilizados na educação presencial, devem valer também para o aprendizado ofertado na modalidade à distância. Pois, se por um lado, a utilização de instrumentais tecnológicos avançados não possibilitam a mudança efetiva de velhas práticas de educação, da mesma forma, a opção em tornar obsoletos os métodos, técnicas e objetivos utilizados na educação regular não parece constituir o melhor caminho para se atingir qualidade de ensino na aprendizagem virtual, muito menos conduzir, tal procedimento, à superação do paradigma da educação reprodutiva.

Com efeito, as potencialidades ensejadas pelas TDIC’s podem somar-se aos recursos pedagógico-metodológicos tradicionais visando à melhoria qualitativa do aprendizado eletrônico e garantindo, dessa forma, a esperada inovação da práxis educativa. O uso de determinadas ferramentas tecnológicas e comunicacionais pode contribuir para a ampliação da interação pessoal entre aluno, professor e turma, distanciando a sensação de solidão provocada pelo Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA); permitir que o professor desenvolva um acompanhamento efetivo e constante em prol da formação de competências e ações do indivíduo interessado no conhecimento e nos diversos saberes; estimular o desenvolvimento da autonomia desse sujeito no processo de aprendizagem visando a sua autoformação contínua, o que, sem dúvida, possibilita a construção de uma realidade humana e social mais igualitária e esclarecida. Ao se compreender o ensino à distância nessa perspectiva, estaríamos no rastro do desenvolvimento de uma efetiva inovação pedagógica. Verificando, então, que o desafio da EaD - assim como todo o processo educacional - não se esgota. Pelo contrário, precisa continuamente de novas referências teóricas e novas formas de mediações para fazer frente aos inéditos e diferenciados contextos, de tempo e de espaço, ensejados pela aprendizagem virtual.

Na proposta de acrescer qualitativamente aos desafios de reflexão e prática da EaD ganha força o papel do designer instrucional (DI), o profissional responsável por mediar ou mediatizar as complexas redes de relações interpessoais e os instrumentais teórico-metodológicos e tecnológicos necessários à estruturação e realização de um curso ofertado no AVA

Com efeito, pode-se conceituar o DI, de modo conciso, como aquele especialista responsável pelo design instrucional de um curso virtual que tem como objetivo prático principal: a concepção e implementação de soluções educacionais para o aprendizado eletrônico.