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3 | FUNDAMENTAÇÕES TEÓRICA

As TIC estão disponíveis de várias formas como: câmeras (vídeo, foto, webcam), TV, e por último website - o computador conectado à internet, telefones celulares com androide para captação de imagens e sons, entre outros. Como disse Grinspun (2009, p. 75),

A tecnologia caracteriza-se, de um modo geral, como um conjunto de conhecimentos, informações e habilidades que provêm de uma inovação ou invenção científica, que se operacionaliza através de diferentes métodos e técnicas e que é utilizado na produção e consumo de bens e de serviços.

As TIC apreendem, portanto, um grande significado para a sociedade da informação. Elas não estão ligadas apenas a informática ou instrumentos tecnológicos, mas tem forte relacionamento com os meios disponíveis no mercado econômico, como também com os métodos educacionais, de comunicação entre outros arranjos sociais.

Papert (2001, p. 2), considerado por muitos teóricos um dos autores fundamentais para o estudo e compreensão das TIC na escola, desenvolveu a concepções da teoria construcionista de aprendizagem a respeito das novas tecnologias. Ele afirmou que: “[...] tecnologia não é a solução, é somente um instrumento. Logo, a tecnologia por si não implica em uma boa educação, mas a falta de tecnologia automaticamente implica em uma má educação”.

Com essa afirmação Papert (2001), deixa claro que as tecnologias são meios que os educadores têm à sua disposição para enriquecer a sua pratica pedagógica e melhorar o aprendizado do aluno. Portanto a escola precisa estar conectada com esses meios para incentivar educadores e discentes.

Além de enfatizar a necessidade de que a escola se insira no mundo da tecnologia, Papert (2008, p.158. Grifo do autor) afirma que ao conciliar computador e educação sugere o emprego do mesmo para o uso do ensino aprendizado como motivador para o conhecimento, “como instrumentos para trabalhar e pensar, com meios de realizar projetos, como fonte de conceitos para pensar novas ideias”. Para o autor, o docente, ao aderir as TIC terá melhores condições de desenvolver projetos mais interativos.

Jonnaert, Domenico e Mane (2006, p. 9) corroboram com Papert (2001) ao colocar que:

As TIC podem facilitar a aprendizagem, por exemplo, através de simuladores de computador. [...] Esses resultados não se devem exclusivamente à introdução de computadores nas escolas, mas a políticas adequadas, através das quais as TICs são usadas para ajudar a resolver problemas no processo de ensino e aprendizagem.

Muito se argumenta, a favor da presença das TIC no universo da escola. Porém como pensá-la especificamente no contexto do ensino de História? Segundo Sosa (2013, p. 4)

Esta visão de história factual, pronta e acabada ainda é bastante dominante na educação brasileira, a qual relega o sujeito a um papel passivo diante da História, uma vez que estes não se entendem diante dos processos históricos, corroborando para a acirrada crise em que se encontra o Ensino de História. Essas questões acabam constituindo um desafio para os professores, ocasionando a desmotivação e a indisciplina dos alunos em sala de aula, que vai exigir dos docentes, diferentes posturas metodológicas.

O uso das TIC no ensino de História configura um elemento a mais para o docente promover uma discussão crítica e inovadora em sala de aula. Com isso, elevar o gosto pela matéria e um ensino aprendizagem de qualidade. Com o advento das TIC houve grandes mudanças nos paradigmas escolares. Nesse contexto, a tarefa do docente não e só transmitir conhecimentos. Ele convive com uma gama acentuada de instrumentos que podem auxiliá-lo no processo ensino aprendizagem do educando. As TIC são ferramentas que podem ajudá-lo a criar mecanismos de autonomia, criatividade, criticidade no processo ensino-aprendizagem.

Moran (1998) e Belloni (1998) destacam tanto os novos modelos educacionais quanto a utilização das novas tecnologias como ferramentas para um ensino mais efetivo e contextualizado, com o novo modelo de sociedade que se instalou a partir do final do século XX.

Segundo Moran (1998) a mutualidade do processo de ensino-aprendizagem é um projeto compartilhado, coordenado pelo educador, que impõe limites. Ao mesmo tempo lança mão das habilidades e tecnologias disponíveis a cada grupo e trabalha em prol de um ambiente de confiança, participação, interação e estímulo.

Por sua vez, Belloni (1998) criticou a questão do modelo tradicional de ensinar e comentou a utilização de métodos novos e o uso das TIC, enfatizando que suas principais características (simulação, virtualidade, acessibilidade, superabundância e diversidade de informações) demandam concepções metodológicas diversas das tradicionais, exigindo mudanças profundas no modo de perceber a didática e o processo de ensino-aprendizagem.

Compartilhando desse pensamento Sosa (2013), contribuiu para essa discussão dizendo:

Esta visão de história factual, pronta e acabada ainda é bastante dominante na educação brasileira, a qual relega o sujeito a um papel passivo diante da história, uma vez que estes não se entendem diante dos processos históricos, corroborando para a acirrada crise em que se encontra o Ensino de História. Essas questões acabam constituindo um desafio para os professores, ocasionando a desmotivação e a indisciplina dos alunos em sala de aula, que vai exigir dos docentes, diferentes posturas metodológicas (SOSA, 2013, p. 4).

Nesse sentido percebe-se que o ensino tradicional no Brasil, ainda é muito frequente, mas também a instituição escolar vive hoje uma gama de interferência tecnológica muito grade, fazendo com que a escola repense a sua pratica pedagógica e cabe ao professor se apropriar desses conhecimentos tecnológicos e reinventar a sua metodologia para facilitar o ensino aprendizado.

Autores da década de 2015 e 2016, Quadro 1, compartilham com ideias de Moran (1998) e Belloni (1998) sobre as TIC.

Autores Descrição de TIC
Pinto (2015) O cenário que abriga a educação e a relação ensino-aprendizagem na segunda década do século XXI mostra avanços tecnológicos velozes e difíceis de serem acompanhados, além de uma evolução no conceito de conexão que permite mudanças ainda maiores no campo da mobilidade, facilitadas pela popularização dos dispositivos que temos à palma das nossas mãos, como os celulares e os tabletes
Tavares (2015) No ensino de História ainda bastante centrado na memorização de conteúdos e fatos históricos presentes nos livros didáticos, onde o passado é apresentado como algo estático sem relação com o presente, as mídias digitais podem ser um recurso capaz de contribuir, de modo que seja menos centrado no discurso do professor e mais na aprendizagem histórica dos alunos
Duarte (2016) O uso das tecnologias para suporte à aprendizagem dos alunos revela-se como urgente a convergência de esforços para uma maior integração das TIC no ensino-aprendizagem da disciplina de História. Da mesma forma, considera-se importante a integração das TIC no currículo dos professores de História no âmbito do ramo de formação inicial em ensino, de forma mais abrangente e sistemática.
Fraiha (2016) O uso das tecnologias na escola pública enfrenta muitos problemas como a falta de estrutura e de recursos. As tentativas de melhoria da qualidade do ensino através da introdução de inovações tecnológicas e metodológicas esbarram em obstáculos pedagógicos e institucionais.
Peres (2016) Há resistência à incorporação das TIC no cotidiano escolar, embora essas ferramentas façam parte do cotidiano e da cultura de nossos jovens em idade escolar. Peres (2016, p. 14) faz a seguinte indagação: como compreender o fato de que muitos professores são resistentes à utilização de novos dispositivos eletrônicos portáteis e da internet em suas práticas diárias se as usam diariamente em suas atividades fora da escola?

Quadro 1 – TIC e ensino-aprendizagem de História
Fonte: De autoria das pesquisadoras.

Ao analisar o impacto das TIC no processo educacional, a partir da concepção dos autores (PINTO, 2015, TAVARES, 2015, DUARTE, 2016, FRAIHA, 2016, PERES, 2016), percebemos que o docente de História hoje não pode ficar alheio a estas transformações. Em sua atuação educacional deve acompanhar o avanço tecnológico e informacional e utilizá-los na prática pedagógica.