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2 | REVISÃO DE BIBLIOGRAFIA E FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Para a composição deste estudo, trabalha-se com alguns estudiosos que alicerçam a pesquisa a fim de corroborar com o aprofundamento das questões levantadas. Neste ponto, a revisão foi dividida por categorias. Dentro da categoria Educação e Tecnologia e na busca por desvelar o discurso pedagógico presente nesse item, tornou-se válida a busca por um caminho já realizado nesse sentido e, como parte da revisão bibliográfica, verificou-se o caminho teórico-metodológico utilizado por Barreto (2006), Araújo (2008, 2014), Peixoto e Araújo (2012), Marcon (2015) e Moraes (2016). São autoras que se debruçaram sobre o tema Educação e Tecnologia e compuseram um estado do conhecimento, apontando tendências, lacunas e reflexões com algumas variantes de temática.

Na categoria Tecnologia, e buscando pressupostos filosóficos e sociológicos, a pesquisa adentra nas concepções de Lévy (1996), Castells (2003) e Feenberg (2003), entre outros. Na categoria Educação, destaca-se Saviani (2003, 2007) que observa a questão da educação como elemento de emancipação do homem frente às contradições do capitalismo na medida em que este promove uma educação alienante e descontextualizada da vida do aluno. Nesse sentido, Ramos (2009) caminha na mesma linha de Saviani, em defesa de uma educação integrada e de uma concepção de educação unitária, garantindo a todos o direito ao conhecimento e uma educação politécnica, em particular, na Educação Profissional e Tecnológica (EPT).

Até aqui, o referencial teórico, numa reflexão geral, faz pensar na alienação a que se corre o risco atualmente quando se pensa a tecnologia. De acordo com uma das concepções levantadas por Feenberg (2003), atribui-se à tecnologia uma função inexorável de determinar as transformações sociais. Desta maneira, diante das pesquisas já realizadas, existem aquelas a confirmar um pensamento na sociedade que quem não se “atualizar”, ou não se “capacitar”, sucumbirá diante do movimento dinâmico da tecnologia. Entretanto, a escola também está submetida a essa influência externa.

Nesse sentido, as escolas sofrem a pressão da “mcdonalização” (não apenas racionalização do trabalho, mas “horizontalização” da hierarquia), e de acordo com a perspectiva determinista, devem adaptar-se à nova tecnologia ou podem desaparecer (MARTIN, 2006, p.119). E ainda assim, há um discurso latente em que a obtenção de artefatos tecnológicos, por si só, traz a “modernização dos meios”. Por analogia, remete-se ao tempo em que da mesma forma que um dia se acreditou que o Brasil se tornaria um país desenvolvido pelo simples fato de se industrializar e isso não se confirmou (RODRIGUES, 1997, p.135), também ainda se crê que se equipando as escolas com tablets, computadores e smartphones a educação estará se elevando.