Ir para o conteúdo principal

Apresentação

"Se a educação sozinha não transforma a sociedade,
sem ela tampouco a sociedade muda”.
-Paulo Freire

 

A obra “Educação e Tecnologias: Experiências, Desafios e Perspectivas” traz
 capítulos com diversos estudos que se completam na tarefa de contribuir, de forma
 profícua, para o leque de temas que envolvem o campo da educação.

Diante de um mundo de transformações rápidas e constantes, no qual os
 conhecimentos se tornam cada vez mais provisórios, pressupõe-se a necessidade de
 um investimento constante na formação ao longo da vida.

As tecnologias estão reordenando e reestruturando a forma de se produzir e
 disseminar o conhecimento, as relações sociais e econômicas, a noção de tempo
 e espaço, modos de ser, pensar e estar no mundo, até a capacidade de aprender
 para estar em permanente sintonia com a velocidade das constantes transformações
 tecnológicas que, na verdade, tornou-se um bem maior nesta nova era.

Os saberes adquiridos nas formações iniciais já não dão mais suporte para que
 pessoas exerçam a sua profissão ao longo dos anos com a devida qualidade, como
 acontecia até há pouco tempo, conforme explica Lévy (2010, p.157): “pela primeira
 vez na história da humanidade, a maioria das competências adquiridas no início do
 seu percurso profissional, estarão obsoletas no fim da sua carreira”.

As iniciativas de formação têm aumentado no Brasil, como também as propostas
 de educação que envolvem as tecnologias, sendo esta uma de suas inúmeras
 possibilidades, a atualização de conhecimentos atrelada ao exercício profissional.

Lévy assinala que, “por intermédio de mundos virtuais, podemos não só trocar
 informações, mas verdadeiramente pensar juntos; pôr em comum nossas memórias e
 projetos para produzir um cérebro cooperativo.” (2010, p.96).

Educação e Tecnologias: Experiências, Desafios e Perpectivas 2 Capítulo 5
Percebe-se, uma nova relação pedagógica com os atores sociais, estabelecendo
 nos espaços mediados pela rede, um diálogo fundamentado em uma educação, ao
 mesmo tempo, como ato político, como ato de conhecimento e como ato de criação e
 recriação, pois o conhecimento só se redimensiona devido à imensa coletividade dos
 homens, num processo de valorização do saber de todos.

As possibilidades de comunicação e de trocas significativas com o outro, por
 intermédio da linguagem real ou virtual, repercutem na subjetividade como um todo e
 intervêm na estruturação cognitiva, na medida em que constitui um espaço simbólico
 de interação e construção.

Uma pessoa letrada tecnologicamente tem a liberdade de usar esse poder para
 examinar e questionar os problemas de importância em sócio tecnologia. Algumas
 dessas questões poderiam ser: as ideias de progresso por meio da tecnologia, as
 tecnologias apropriadas, os benefícios e custos do desenvolvimento tecnológico, os
 modelos econômicos envolvendo tecnologia, as decisões pessoais envolvendo o
 consumo de produtos tecnológicos e como as decisões tomadas pelos gerenciadores
 da tecnologia conformam suas aplicações.

Aos leitores desta obra, que ela traga inúmeras inspirações para a discussão e a
 criação de novos e sublimes estudos, proporcionando propostas para a construção de
 conhecimentos cada vez mais significativo.


Gabriella Rossetti Ferreira